Inteligência artificial no mercado imobiliário: atendimento 24h, dados estratégicos e inovação
- Ighor Ferreira
- há 6 dias
- 16 min de leitura
O setor imobiliário em transformação digital
O mercado imobiliário continua passando por uma transformação digital significativa. Portais de imóveis online, tours virtuais e CRMs já modernizaram parte do setor, mas a mais recente revolução atende pelo nome de inteligência artificial no mercado imobiliário. Essa tecnologia emergente promete otimizar desde o atendimento imobiliário até a análise de grandes volumes de dados do mercado, trazendo mais agilidade e inteligência às negociações.
Nos últimos meses, a adoção de inteligência artificial no cenário brasileiro acelerou significativamente. Um levantamento de 2025 revelou que cerca de 63% das empresas no país já utilizam IA para diversos fins comerciais, incluindo a identificação de comportamentos e tendências de consumo. Além disso, 54% das médias e grandes empresas estão explorando aplicações de IA generativa em seus negócios. Esse avanço reflete uma mudança de mentalidade no país, que começa a enxergar a IA não apenas como uma tendência, mas como uma ferramenta estratégica para otimizar processos, melhorar a experiência do cliente e tomar decisões mais assertivas.
No cenário global, consultorias apontam um potencial transformador ainda maior. Um estudo da McKinsey estima que a IA generativa pode criar de US$ 110 a 180 bilhões em valor para a indústria imobiliária mundial. Isso indica o tamanho do impacto possível conforme a tecnologia amadurece. Mas, afinal, como a IA pode, de fato, transformar o setor imobiliário? A seguir, exploramos os desafios atuais do mercado e como a inteligência artificial já está fornecendo soluções, além das tendências futuras, limitações e melhores práticas nessa jornada.

Desafios do setor imobiliário hoje
As imobiliárias enfrentam diversos desafios no dia a dia. Entre os principais problemas que afetam a eficiência e a experiência do cliente, podemos destacar:
Demora no atendimento dos leads: grande parte dos clientes chega fora do expediente. Interessados enviam mensagens à noite ou no fim de semana e muitas vezes só recebem resposta no dia útil seguinte. Esse atraso faz com que potenciais leads “esfriem” ou procurem outras opções por falta de resposta imediata. Sem um atendimento 24 horas, oportunidades de negócio podem ser perdidas enquanto a imobiliária está fechada.
Qualificação de leads ineficiente: receber muitos leads não significa, necessariamente, fechar mais negócios. O problema está em identificar, com rapidez, quais desses contatos têm real potencial de conversão. Em muitas operações, a qualificação ainda depende exclusivamente da análise manual do corretor, o que consome tempo e gera inconsistência nos critérios. Com isso, leads quentes acabam ignorados e contatos pouco promissores tomam tempo da equipe. A falta de um processo claro de qualificação atrasa a jornada de compra e afeta diretamente os resultados.
Falta de follow-up e perda de oportunidades: após o primeiro contato, muitos leads esfriam. A rotina intensa das equipes comerciais faz com que o acompanhamento personalizado de cada cliente seja negligenciado. Sem follow-up, a chance de conversão despenca — e o lead pode acabar comprando com a concorrência. A ausência de lembretes, automações ou histórico de interação prejudica a continuidade do relacionamento e compromete a eficiência das vendas.
Experiência do cliente inconsistente: a jornada do cliente no mercado imobiliário envolve múltiplos pontos de contato — e, sem padronização, essa experiência pode variar bastante de um canal para outro. Em muitos casos, o cliente encontra dificuldade para tirar dúvidas simples, precisa repetir informações em diferentes etapas ou enfrenta longos prazos de resposta. Essa experiência fragmentada e morosa gera frustração e mina a confiança do consumidor. Em um cenário tão competitivo, entregar uma experiência fluida e coerente é o que diferencia empresas que crescem das que estagnam.
Falta de visibilidade sobre o atendimento: gestores têm dificuldade em entender como o atendimento está funcionando na prática. Quem respondeu, quanto tempo levou, o que foi dito, qual o desfecho? Sem dados consolidados e visões claras sobre a operação, fica mais difícil identificar gargalos, acompanhar a performance da equipe ou entender o comportamento dos leads. Essa falta de monitoramento impede ajustes estratégicos e reduz a capacidade de decisão baseada em evidências.
Tarefas manuais que tomam tempo da equipe comercial: corretores e times de pré-atendimento ainda gastam tempo demais com rotinas operacionais: responder sempre às mesmas dúvidas, agendar visitas, preencher cadastros ou atualizar sistemas. Essas tarefas, além de pouco estratégicas, são repetitivas, suscetíveis a erros e desviam o foco do que realmente importa — o relacionamento com o cliente e o fechamento das negociações.
Demandas administrativas que geram burocracias: questões como solicitação de segunda via de boletos, dúvidas sobre manutenção, rescisão ou atualizações cadastrais ainda chegam, em muitos casos, por telefone ou e-mail, exigindo tempo da equipe e gerando filas de atendimento. Esse fluxo manual dificulta a organização, compromete a experiência do inquilino e sobrecarrega os times com demandas operacionais simples.
Falta de uso de dados nas decisões: historicamente, muitas decisões no mercado imobiliário foram tomadas com base na experiência e intuição, não em dados concretos. Informações valiosas sobre comportamento dos clientes, desempenho de anúncios, tendências de preços e demanda ficam subaproveitadas. Sem analisar dados de forma estruturada, perde-se a chance de precificar imóveis com assertividade e antecipar movimentos do mercado. Os gestores acreditam que a IA pode ajudar a precificar imóveis de forma mais precisa e acelerar as vendas – uma necessidade evidente diante da competitividade do setor.
Prateleira desatualizada de imóveis: é comum sites exibirem imóveis já vendidos ou alugados porque os anúncios não foram atualizados em tempo real. Essa falta de atualização constante (prateleira desatualizada) causa frustração nos clientes e prejudica a credibilidade da imobiliária. Manter o portfólio de imóveis sempre atualizado manualmente é desafiador, especialmente quando há muitos anúncios e plataformas envolvidas. Esse descompasso entre oferta real e anunciada atrasa negociações e gera retrabalho para filtrar consultas inválidas.
Dificuldade na captação estruturada de imóveis: manter uma prateleira de imóveis atrativa exige mais do que receber ofertas passivamente. Muitas imobiliárias enfrentam dificuldades para organizar e escalar processos de captação, já que é um trabalho manual que demanda tempo dos times. Numa rotina corrida e sempre muito atarefada, criar uma estrutura de captação de imóveis é um desafio porque existem inúmeras outras tarefas que precisam da atenção da equipe da imobiliária como visitas, elaboração de contratos, demandas administrativas e mais.

Como a IA já está transformando o mercado imobiliário na prática
Felizmente, muitas dessas dores já podem ser minimizadas com o apoio de ferramentas de IA. Desde modelos generativos inteligentes até algoritmos de análise de mercado, a IA vem se consolidando como peça-chave de inovação no setor. Veja a seguir algumas áreas em que a inteligência artificial no mercado imobiliário já faz diferença:
Atendimento imobiliário automatizado 24 horas por dia
Uma das aplicações mais visíveis da IA é no atendimento imobiliário via atendentes virtuais. Esses atendentes conseguem responder instantaneamente às perguntas e demandas dos clientes com uma conversa humanizada, natural, fluida e disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, algo impossível para uma equipe humana. Com IA, 100% dos contatos são respondidos, inclusive fora do horário comercial, garantindo que nenhum lead fique sem retorno imediato.
O resultado prático desse atendimento ininterrupto é um aumento significativo nas conversões de negócios. Por exemplo, imobiliárias brasileiras que implementaram a tecnologia reportaram até 60% mais agendamentos de visitas após adotar o atendimento por IA. Isso ocorre porque o cliente que demonstra interesse em um imóvel à noite já recebe informações, fotos, valores e até pode solicitar o agendamento de uma visita para o dia seguinte, tudo automaticamente. Além da disponibilidade 24h, esses assistentes virtuais podem conversar em múltiplos idiomas e manter o mesmo nível de cordialidade e precisão em cada interação.
Outra vantagem é a personalização do atendimento. Com acesso ao banco de dados de imóveis, a IA pode recomendar imóveis com base nas preferências que o cliente informa (bairro, tamanho, faixa de preço), filtrando rapidamente as opções mais adequadas. O cliente tem uma experiência sob medida e a imobiliária ganha em agilidade. Vale destacar que, graças aos avanços de IA conversacional, muitas vezes os clientes nem percebem que estão falando com uma máquina e não com um corretor humano – a linguagem natural e contextualizada torna a experiência fluida e satisfatória, diferente de um chatbot, que é muito mais engessado.
Otimização das rotinas operacionais
Além de atender clientes, a IA também atua nos bastidores, automatizando processos que antes eram manuais. Um exemplo é a qualificação inicial de leads: ao receber um contato novo, uma IA pode fazer perguntas-chave ao interessado (perfil, urgência, preferências) e já registrar essas informações no sistema. Na prática, ferramentas como a Lais conseguem entregar um lead com 70% a 80% do trabalho de qualificação já realizado antes mesmo do corretor entrar em ação. Isso reduz drasticamente o tempo entre o primeiro contato e o início do atendimento do corretor – em um caso, o tempo para iniciar a qualificação de um lead caiu de 27 horas para apenas 46 minutos após a adoção de IA. Ou seja, atividades que antes levavam dias agora são resolvidas em minutos, mantendo o cliente engajado.
Outra frente é a automação de tarefas burocráticas, como preenchimento de dados e integração de sistemas. Algumas soluções de IA vão além e podem integrar-se aos principais CRMs do mercado imobiliário, eliminando a necessidade de o corretor digitar manualmente informações em múltiplas plataformas. Documentos também podem ser processados por algoritmos de visão computacional – lendo contratos, extratos ou comprovantes e extraindo os dados relevantes em segundos. Essa automação não apenas economiza tempo como diminui erros (na maioria das vezes, uma IA não pula campos nem digita números incorretos por descuido).
Com as rotinas automatizadas, as equipes ganham liberdade para se dedicar a tarefas mais estratégicas. Em uma imobiliária, por exemplo, 60% dos profissionais que antes faziam triagem de leads puderam ser realocados para funções de maior valor após a implantação de IA no pré-atendimento. Como ressalta Allan Paladino, cofundador da IA imobiliária Lais, a tecnologia libera as pessoas de atividades repetitivas: “A Lais realiza um pré-atendimento, deixando o corretor focado nas atividades mais importantes… Ele também se sente mais produtivo, porque, ao receber leads mais qualificados, consegue fazer mais em menos tempo”. Em suma, a automação via IA otimiza a operação interna da imobiliária, reduz custos operacionais e potencializa a produtividade da equipe, sem substituir o toque humano onde ele é essencial.
Respostas rápidas para demandas administrativas do dia a dia
Além do atendimento comercial, a IA também pode assumir tarefas administrativas que tomam tempo do time e impactam a experiência do cliente. Demandas como emissão de segunda via de boletos, dúvidas sobre rescisão de contrato, manutenção de imóveis ou orientações sobre canais de atendimento podem ser automatizadas com clareza, empatia e disponibilidade total.
A IA lida com essas interações de forma padronizada e eficiente, coletando informações e direcionando o cliente para a solução correta, além da possibilidade de gerar ocorrências classificadas direto no ERP da imobiliária para manter o registro e o controle de todas as demandas. Isso reduz o volume de ligações, melhora o tempo de resposta e libera a equipe interna para se dedicar a atividades mais estratégicas. O resultado é um atendimento mais rápido e confiável para o cliente, e uma operação mais otimizada e produtiva para a empresa.
Gestão de prateleira de imóveis em escala
A IA também tem revolucionado a forma como empresas mantêm seu portfólio de imóveis atualizado. Uma das maiores dores do setor é a prateleira desatualizada — imóveis já alugados ou vendidos ainda aparecem nos anúncios, o que frustra clientes e prejudica a reputação da marca. Com IA, esse processo pode ser automatizado: a tecnologia permite o envio em massa de mensagens aos proprietários para confirmar ou atualizar informações dos anúncios, além de aproveitar o contato para identificar novas oportunidades de captação.
Em vez de depender de interações pontuais da equipe, o sistema coleta e organiza automaticamente os retornos dos proprietários, entregando para o time um relatório com todas as ações a serem feitas. Isso reduz retrabalho, evita anúncios desatualizados e mantém a vitrine pronta para atender à demanda.
Análise de dados e decisões mais inteligentes
Uma das grandes promessas da inteligência artificial no mercado imobiliário é o uso avançado de dados para guiar decisões. Com algoritmos de machine learning, já é possível cruzar informações como vendas passadas, características dos imóveis e comportamento do consumidor para estimar valores de venda, antecipar tendências de valorização em bairros específicos ou entender a sazonalidade da procura. Essas análises de precificação e mercado costumavam exigir consultorias especializadas e demoradas — agora, são acessíveis em tempo real, democratizando o acesso à inteligência competitiva.
Além dessas aplicações mais amplas, a IA também tem transformado a rotina operacional de incorporadoras e imobiliárias com a geração automática de relatórios estratégicos baseados em atendimentos reais. A partir do histórico de conversas com leads, por exemplo, a tecnologia pode identificar padrões de comportamento, preferências mais citadas, horários de maior volume de contato, imóveis mais buscados e desempenho de canais de anúncio. Tudo isso em dashboards de fácil leitura, que permitem tomar decisões mais rápidas e embasadas.
Esses relatórios ajudam as empresas a identificar gargalos no funil de atendimento, entender quais campanhas estão trazendo leads mais qualificados e até prever qual tipo de imóvel tem mais chance de ser alugado ou vendido. Com esses dados à disposição, o planejamento comercial deixa de ser baseado em intuição e passa a ser orientado por evidências concretas, ajustadas à realidade de cada operação.
Inteligência de mercado em tempo real
Por fim, a IA proporciona uma inteligência de mercado em tempo real ao monitorar e interpretar informações públicas e tendências externas. Algoritmos podem varrer bases de dados abertas, notícias, redes sociais e até registros públicos para extrair insights relevantes: mudanças nos preços médios por região, volume de lançamentos, índice de vacância, variações de juros que afetem financiamentos, entre outros. Tudo isso alimenta as estratégias da empresa com uma visão atualizada do cenário.
Um caso prático é a detecção de anomalias em transações imobiliárias. Ferramentas de IA conseguem identificar padrões fora do comum em contratos e propostas – por exemplo, valores muito abaixo do mercado ou documentações potencialmente fraudulentas – alertando os gestores para revisão nesses casos. Assim, evita-se prejuízo e melhora-se a conformidade nos negócios. Outra tendência é o uso de IA generativa para responder dúvidas complexas sobre o mercado. Já existem assistentes virtuais treinados especificamente com informações do setor imobiliário local, capazes de responder questões como “qual a tendência de preço para imóveis comerciais neste bairro?” com base em dados atualizados. Diferentemente de uma busca genérica na internet, essas IAs especializadas fornecem respostas mais confiáveis e contextualizadas.
Essa inteligência de mercado em tempo real nivela o jogo entre empresas pequenas e grandes. Mesmo uma imobiliária de médio porte pode ter acesso a análises sofisticadas que antes eram privilégio de quem podia contratar analistas de mercado. Com as ferramentas certas, é possível “fazer mais com menos” – acompanhar o pulso do mercado e reagir rapidamente a mudanças. Em resumo, a IA funciona como um assistente estratégico, fornecendo informação de qualidade para embasar decisões de negócio no setor imobiliário a todo momento.

Tendências futuras: IA generativa e inovação no mercado imobiliário
O que já vemos hoje é apenas o começo. As tendências apontam para uma presença cada vez maior de IA nos imóveis e nos negócios imobiliários, com destaque para a IA generativa e outras inovações. Essa nova onda tecnológica deve impulsionar ainda mais a inovação no mercado imobiliário, trazendo possibilidades que até pouco tempo pareciam distantes.
Uma das principais tendências é a IA generativa aplicada a conteúdo e marketing. Imagine alimentar um sistema com os detalhes de um imóvel (fotos, planta, descrição básica) e ele automaticamente gerar um anúncio completo, com texto atrativo e até vozes narrando um vídeo de tour virtual. Ferramentas de IA já conseguem redigir descrições de imóveis em segundos, criar imagens simulando a decoração de um ambiente vazio (virtual staging) e até a crescente tendência de produzir vídeos promocionais usando IA. Isso poupa tempo do corretor e garante materiais de divulgação sempre bem elaborados. Grandes portais e imobiliárias devem adotar cada vez mais essas soluções para aumentar o apelo dos anúncios e reduzir custos de produção de conteúdo.
Outra frente de avanço são os modelos preditivos ainda mais sofisticados. Se hoje já é possível estimar valores de imóveis, em breve os algoritmos poderão prever com alta precisão a demanda futura por determinados tipos de propriedades. Incorporadoras poderão usar IA para simular cenários de mercado: por exemplo, avaliar como ficaria a absorção de um lançamento residencial dependendo do tamanho dos apartamentos ou das amenidades oferecidas. Esses modelos de predição e valorização vão auxiliar desde a escolha de terrenos até decisões de pricing dinâmico (ajustando preços de imóveis em tempo real conforme procura, similar ao que já ocorre com passagens aéreas e diárias de hotéis).
A IA generativa multimodal também desponta no horizonte. Além de textos e imagens, espera-se o uso de IA para gerar projetos arquitetônicos preliminares, otimizando plantas de acordo com milhares de referências, ou até mesmo criar experiências imersivas – como passeios virtuais guiados por uma “avatar” inteligente que responde perguntas sobre o imóvel durante o tour. No âmbito dos contratos e documentos, a tendência é termos contratos inteligentes: a IA não só preenche documentos automaticamente, como também os adapta às necessidades de cada negociação, e verifica em tempo real cláusulas de risco ou inconsistências jurídicas.
Por fim, conforme a tecnologia evolui, espera-se uma popularização das soluções de IA no mercado. Hoje ainda vemos empresas pioneiras explorando essas ferramentas, mas em poucos anos recursos de inteligência artificial devem se tornar tão comuns quanto foram os sites de anúncios na última década. A barreira de entrada cai rapidamente com novas plataformas acessíveis e prontas para uso. Isso significa que mesmo imobiliárias tradicionais poderão adotar atendimento por IA, automação e analytics sem precisar de times de TI robustos. Em suma, o futuro reserva um mercado imobiliário mais digital, preditivo e eficiente, no qual a IA será parte integrante das operações. Todas essas aplicações emergentes reforçam que a IA é uma inovação no mercado imobiliário que veio para ficar, remodelando o setor em seus diversos aspectos.
Limitações e cuidados ao adotar IA no imobiliário
Embora promissora, a adoção de inteligência artificial no mercado imobiliário requer atenção a algumas limitações e boas práticas. Em primeiro lugar, é fundamental lembrar que a IA é uma ferramenta para aumentar (e não substituir) a atuação humana. Há atividades em que o fator humano continua indispensável – negociações delicadas, visitas presenciais ao imóvel, construção de confiança com clientes. A própria experiência do cliente mostra que, apesar de tours virtuais e chats com IA, nada substitui conhecer um imóvel pessoalmente e a orientação de um corretor experiente na hora da decisão. Portanto, deve-se usar a IA para agilizar processos, mas mantendo uma curadoria humana para validar informações e intervir quando necessário. “A inteligência artificial veio para ser um meio, não um fim” no setor, como já observou um especialista, ou seja, serve para alavancar a produtividade e não para eliminar o trabalho humano qualificado.
Outra consideração importante são os dados e a privacidade. As soluções de IA dependem de dados – sejam dados do cliente, dos imóveis ou do mercado – e esses dados precisam ser coletados e usados de forma responsável. É preciso garantir conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e outras regulações, obtendo consentimento dos clientes para uso de informações pessoais e protegendo esses dados contra vazamentos. Além disso, a qualidade da informação alimentada na IA define a qualidade das respostas. Uma IA treinada com dados desatualizados ou incorretos pode gerar respostas equivocadas e induzir a erros. Por isso, é indispensável manter uma supervisão e atualização constante da base de conhecimento da IA. No caso de assistentes baseados em IA generativa, por exemplo, deve-se alimentá-los com fontes confiáveis e atualizadas do mercado local – caso contrário, o modelo genérico pode misturar informações irrelevantes. Conforme apontado por Allan Paladino, ao perguntar algo de mercado a um modelo genérico como o ChatGPT, ele tende a misturar dados do exterior e pode não dar respostas precisas para a realidade brasileira. A solução está em treinar a IA com informações específicas e verificar regularmente suas saídas.
A integração com sistemas existentes é outro cuidado na adoção de IA. Para extrair o máximo valor, a ferramenta de IA deve se comunicar bem com o site da imobiliária, CRM, sistema de gestão de imóveis, etc. A implementação envolve um período de adaptação – normalmente de algumas semanas – em que a IA vai “aprendendo” os processos da empresa e pode exigir ajustes. Nesse período, é importante o envolvimento da equipe completa, para configurar corretamente a ferramenta e ajustar fluxos de trabalho. Empresas que ainda dependem muito de tecnologia legada ou planilhas poderão enfrentar mais desafios na integração, mas nada que uma consultoria ou o suporte do fornecedor de IA não possam resolver gradualmente.
Por fim, há o aspecto cultural e de capacitação da equipe. A introdução de inteligência artificial pode gerar receios na equipe (medo de substituição ou insegurança em operar a nova ferramenta). De fato, uma pesquisa mostrou que 17% das empresas do setor se preocupam com a substituição do trabalho humano pela IA. A melhor forma de lidar com isso é com transparência e treinamento. Mostrar aos colaboradores que a IA vem para auxiliá-los – tirando tarefas maçantes do caminho – e treiná-los para trabalhar em conjunto com as novas ferramentas. Experiências em outros setores indicam que a automação tende a gerar um saldo positivo de empregos no longo prazo (o Fórum Econômico Mundial prevê +58 milhões de novas vagas líquidas globalmente), com antigas funções se transformando e novas especialidades surgindo. No mercado imobiliário, não será diferente: corretores e profissionais terão mais dados e automação à disposição, cabendo a eles assumir um papel mais consultivo e estratégico. Preparar a equipe para essa transição garante que a IA seja adotada de forma suave e produtiva, sem choque cultural.
IA no mercado imobiliário é uma realidade presente
A inteligência artificial no mercado imobiliário deixou de ser apenas uma tendência futurista para se tornar uma realidade presente e palpável. Como vimos, ela já está atendendo clientes em tempo real, automatizando processos internos, oferecendo insights valiosos e delineando novas formas de fazer negócios no setor. Os exemplos práticos – de aumento na conversão de leads a reduções drásticas em tempos de resposta – demonstram que a IA agrega resultados concretos, indo muito além de algo temporário.
É claro que a jornada de adoção requer planejamento, mas os benefícios se comprovam na competitividade: imobiliárias e incorporadoras que abraçam a IA conseguem oferecer um atendimento mais ágil e personalizado, tomar decisões baseadas em dados e operar com mais eficiência. Em um mercado tão dinâmico e concorrido, sair na frente nessa transformação digital pode significar conquistar clientes antes dos concorrentes e identificar oportunidades primeiro.
Em suma, a IA veio para somar forças com os profissionais do ramo. Com a inteligência artificial trabalhando ao lado dos humanos – e não no lugar deles – o setor imobiliário torna-se mais inovador, produtivo e centrado no cliente. A tecnologia está pronta e disponível, cabendo às empresas decidirem quando e como incorporá-la às suas estratégias. Aqueles que já o fazem colhem frutos agora; os que ainda observam de longe, tendem a perceber em breve que adotar a IA não é mais opcional, e sim indispensável para quem deseja prosperar nesse novo capítulo do mercado imobiliário.
Lais: a IA mais avançada do mercado imobiliário
Uma das soluções que materializa boa parte desses benefícios é a Lais, uma inteligência artificial desenvolvida sob medida para o mercado imobiliário brasileiro. Em operação desde 2023, a Lais já realizou mais de 2 milhões de atendimentos automatizados e está presente em +700 empresas do setor, incluindo imobiliárias, incorporadoras e loteadoras. Com linguagem natural em diversos idiomas e treinada especificamente com dados imobiliários, ela oferece um atendimento imobiliário 24h via WhatsApp, respondendo instantaneamente às dúvidas de clientes, recomendando imóveis conforme o perfil e até solicitando o agendamento de visitas. Além disso, ela ajuda a reduzir as burocracias administrativas que tomam tempo, como envio de segunda via de boletos e informações sobre rescisões de contrato, e também ajudando na gestão da prateleira de imóveis, garantindo um portfólio pronto para a demanda.
Totalmente integrada aos sistemas das imobiliárias, a Lais garante que nenhuma lead fique sem retorno – aumentando conversões e melhorando a satisfação dos interessados. Além disso, ao classificar e qualificar leads automaticamente, a plataforma libera os corretores para focarem no fechamento de negócios. Não é por acaso que empresas que adotaram a Lais relatam crescimento nas taxas de conversão e ganho de eficiência em suas operações.
Se você busca trazer a inovação da inteligência artificial para sua empresa de forma confiável e personalizada, vale a pena conhecer a Lais. Com expertise e tecnologia de ponta, a Lais mostra na prática como a IA no mercado imobiliário já é uma aliada real, pronta para revolucionar o seu atendimento e impulsionar seus resultados.